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Por David Parsons, Vice-Presidente & Porta-Voz Sênior da ICEJ
Traduzido por Priscilla Campos

Quando cristãos, judeus e muçulmanos se reúnem para participar em um diálogo inter-religioso, muitas vezes procuram encontrar um terreno comum através da figura de Abraão, uma vez que a sua fé é reverenciada pelas três religiões. E, de fato, a Bíblia encoraja aqueles que “buscam o Senhor” e “seguem a justiça” a “olhar para a rocha da qual você foi cortado… Olhem para Abraão, seu pai… Pois eu chamei a ele somete, e o abençoei e aumentei sua descendência” (Isaías 51:1-2) 

Ao olhar para Abraão, há lições e verdades duradouras que podemos tirar da sua caminhada de fé, que têm uma relação direta com o atual conflito entre Israel e os radicais islâmicos que procuram a sua destruição. 

Primeiro, o profeta Isaías diz que o Senhor chamou somente Abraão, o que significa que ele foi a primeira pessoa chamada por Deus para executar Seu plano redentor. Após o Dilúvio de Noé, o mundo ainda estava perdido e nem sabia como encontrar Deus. Então, o Senhor decidiu vir salvar a humanidade. E depositou dentro de Abraão grandes promessas: abençoá-lo, multiplicá-lo, torná-lo uma grande nação e até mesmo pai de nações, dar-lhe uma terra e, o mais importante, que através dele Deus “abençoaria todas as famílias da terra”. (Genesis 12:3) 

Esta última promessa é a mais importante, porque o apóstolo Paulo a chama de a primeira pregação do Evangelho (Gálatas 3:8). Isto é, através de Abraão e sua semente, o Senhor ofereceria uma cobertura de sangue para o pecado (Gênesis 28:14; Salmo 32:1-2; Romanos 4:1-8). Note que esta redenção viria através dos descendentes naturais de Abraão através de Isaque e Jacó – os filhos da promessa – e não através de Ismael ou Esaú. Portanto, qualquer que seja a revelação que Maomé tinha para oferecer, não teve nada a ver com o chamado de Deus a Abraão para salvar o mundo. E o próprio Jesus disse que “a salvação vem dos judeus”. (João 4:22). 

Vemos esta mesma verdade afirmada logo no início, quando a figura misteriosa de Melquisedeque, Sacerdote do Deus Altíssimo, veio e “abençoou aquele que tinha as promessas”. (Hebreus 7:6) Somente Abraão carregava consigo a promessa da redenção mundial. Não há dúvida, então, de que todos nós devemos “abençoar”, e falar bem de Abraão e de seus descendentes, o povo judeu. Melquisedeque fez isso! No entanto, grande parte do mundo amaldiçoa Israel, para seu próprio prejuízo.

Curiosamente, o escritor de Hebreus faz questão de dizer que Melquisedeque saiu para abençoar Abraão quando ele “voltava da matança dos reis” (Hebreus 7:1). Ele poderia ter vindo a Abraão a qualquer momento, então por que exatamente quando Abraão estava voltando da batalha?

A lição aqui é que, ao contrário de Maomé, Abraão nunca levantou a espada para espalhar a sua fé em Deus. Mas ele pegou na espada para recuperar o que tinha sido roubado e raptado – o seu sobrinho Ló e o povo e os bens de Sodoma (Gênesis 14:14-24). Este foi um justo ato de guerra, e Melquisedeque, um precursor de Yeshua, o Messias (Salmos 110:4; Hebreus 7:14-22), saiu para abençoá-lo naquele exato momento. Isto não soa como um pacifista e, na verdade, o Senhor também não o é.

No capítulo seguinte, o Senhor disse a Abraão: “Não tenha medo, Abraão. Eu sou seu escudo, sua grande recompensa.” (Gênesis 15:1) Deus foi realmente Aquele que protegeu Abraão e lhe deu a vitória na batalha. E o Senhor estava prometendo sempre ser um escudo sobre Abraão. O Senhor sabia que sempre teria que guardar o povo judeu para proteger Sua missão redentora. Isto tem sido necessário, visto que Israel enfrentou tantos inimigos ao longo dos séculos.

Hoje, os islamistas radicais afirmam ter uma forma diferente de salvação. Eles levantaram a espada para espalhar a sua fé extremista. Pior ainda, eles levantaram a espada contra um povo específico que deveriam abençoar. E levantaram a espada contra um povo que Deus prometeu proteger. Em todas essas coisas, eles não “olham para Abraão” como um pai de fé piedosa, e certamente não “seguem a justiça”.

Israel, por outro lado, empunhou a espada para defender justamente a nação e aqueles que foram violentamente raptados para Gaza. Que eles consigam trazê-los para casa logo!

Foto principal: Pintura de Jan van’t Hoff “Melquisedeque abençoa Abrão” – gospelimages.com