O Significado de Yom Kippur
Data: 16.9.2022Por Dr. Jürgen Bühler, Presidente da ICEJ
Traduzido por Julia La Ferrera
Começamos uma série de ensino na semana passada sobre os feriados judaicos de outono, com uma excelente estudo sobre Rosh Hashaná do meu colega Dr. Mojmir Kallus. Hoje, estou abordando o significado de Yom Kippur, o Dia da Expiação, que é o dia mais sagrado do calendário judaico todos os anos. E na próxima semana, abordaremos o significado profético de Sucot, ou a Festa dos Tabernáculos, que estaremos celebrando em apenas algumas semanas aqui em Israel.
Yom Kippur é o dia mais sagrado do calendário judaico, e podemos ler sobre isso em várias passagens da Bíblia, mas quero me referir a duas passagens em particular. Uma delas é o capítulo 23 de Levítico, que fala sobre todos os feriados de outono e todos os feriados durante o ano. Começa com o Shabat, as Festas de primavera e, em seguida, as Festas de outono, que começam com a Festa das Trombetas, ou Rosh Hashaná. Então em Levítico 23:27 diz que no décimo dia do sétimo mês “[…] tereis santa convocação e afligireis a vossa alma; trareis oferta queimada ao Senhor. Nesse mesmo dia, nenhuma obra fareis, porque é o Dia da Expiação (Yom Kippur), para fazer expiação por vós perante o Senhor, vosso Deus. Porque toda alma que, nesse dia, se não afligir será eliminada do seu povo. Quem, nesse dia, fizer alguma obra, a esse eu destruirei do meio do seu povo. Nenhuma obra fareis; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações, em todas as vossas moradas. Sábado de descanso solene vos será[…]“ Você pode traduzir isso em hebraico como um sábado de descanso completo.
Agora, Yom Kippur ainda é hoje um dia muito solene aqui em Israel. Se você mora aqui, verá que mesmo entre as pessoas seculares, mesmo pessoas que podem ser ateias, elas ainda veem isso como uma parte central da tradição judaica e jejuam neste dia. Eles estimam hoje que 80% ou mais da população aqui em Israel está jejuando no Yom Kippur. A Bíblia, na verdade, não fala sobre o jejum em particular, mas diz para “afligir sua alma”. Então eles estão jejuando, reunidos nas sinagogas e orando. E as semanas anteriores também são uma época de preparação. Todas as manhãs, você pode ouvir o shofar tocando nas sinagogas enquanto as pessoas se preparam e preparam seus corações para o encontro com Deus. Elas pedem perdão ao Senhor e tentam se reconciliar com vizinhos e amigos. Portanto, é um momento único no calendário hebraico para Israel.
Há outra passagem que fala sobre Yom Kippur. Em Levítico 16, todo o capítulo é dedicado a este dia especial. Começa assim: “Falou o Senhor a Moisés, depois que morreram os dois filhos de Arão […]” O que está acontecendo aqui é uma descrição detalhada do que precisa acontecer em Yom Kippur. E só para dar um breve resumo, sabemos que este é o único dia do ano em que o Sumo Sacerdote entrava no Santo dos Santos, quando ainda havia um Templo aqui em Jerusalém. E ele se encontrava com Deus, pedindo perdão para seu povo, e dedicando e santificando todo o Templo novamente para o serviço.
Havia também dois bodes, um dos quais era abatido e o sangue era trazido diretamente à presença do Senhor. O outro bode, o Sumo Sacerdote impunha as mãos sobre ele, confessando os pecados de toda a nação de Israel sobre o bode, e este “bode expiatório” estava levando os pecados de toda a nação para o deserto, a uma figura chamada Azazel – que eu acredito fala do próprio diabo. Então, era naquele dia que o Senhor trazia expiação para todo o povo de Israel.
Essa é uma breve sinopse do que estava acontecendo em Yom Kippur. E o interessante é que Levítico capítulo 16 diz que o Senhor falou a Moisés sobre este dia de expiação após a morte dos dois filhos de Arão. De certa forma, alguns rabinos o descrevem como um plano de emergência que Deus estabeleceu após a morte desses dois sacerdotes. Se você for para Levítico 10, você lerá que esses dois sacerdotes – os filhos de Arão – entraram na presença do Senhor e ofereceram fogo estranho. Eles quebraram o mandamento do Senhor sobre o Tabernáculo e a maneira de trazer sacrifícios. E ambos morreram instantaneamente. Então, em Levítico 16, o Senhor diz que não quer que essas coisas aconteçam novamente, e Ele dá o caminho certo para os sacerdotes entrarem em Sua presença. Há um certo procedimento a seguir para poder ficar diante da nuvem de glória sobre o propiciatório no Santo dos Santos.
Se você observar o que os rabinos dizem, não é tanto sobre quando você pode entrar no Santo Lugar, mas é mais sobre a maneira pela qual você entra na presença do Senhor. Existem certos procedimentos que você precisa cumprir, um protocolo divino. E quando estava lendo isso, não pude deixar de pensar nas imagens de televisão que vemos hoje, com o falecimento da rainha Elizabeth e o incrível protocolo que envolve a família real no Reino Unido. A maneira como um povo pode se aproximar de seu rei ou rainha é bastante definida. E o Senhor diz, de certa forma, já que Ele é o Rei de toda a terra, que há um certo protocolo que você precisa manter quando estiver entrando em Sua presença. Você não pode simplesmente entrar descuidadamente em Sua presença. Lembre-se, nosso Deus é um fogo consumidor. E há um certo protocolo que precisa ser seguido para chegar até Ele. Então, este é o pano de fundo para Yom Kippur, e como o Sumo Sacerdote deve se aproximar dEle.
Agora, uma das coisas mais surpreendentes sobre Levítico 16, é que grande parte do texto trata dos dois bodes, dos quais apenas um permanece vivo e é responsável pelas ações expiatórias naquele dia. No versículo 20 e seguintes, diz que Arão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo e confessará sobre ele todas as iniquidades do povo de Israel, e todas as suas transgressões e todos os seus pecados, e então o enviará para o deserto, liderado por “um homem disposto” para esta tarefa. O bode ficará livre e levará sobre si todas as iniquidades para um lugar remoto. Isso é tão significativo! No Dia da Expiação, os rabinos dizem que amarravam uma corda ou fio escarlate nos chifres daquele bode expiatório, e quando ele estava entrando no deserto, este homem disposto conduzindo o bode, testemunharia aquele fio escarlate ficar branco. Isso era tomado como um sinal sobrenatural de que Deus no céu aceitou sua oferta e os pecados do povo de Israel foram levados por aquele bode. Isso era o mais importante naquele dia.
Vamos continuar lendo sobre os protocolos rígidos que precisavam ser mantidos em Yom Kippur. Novamente, em Levítico 16 diz que você deve ter cuidado, porque Ele é um Deus Santo. Aarão deveria entrar no Santo Lugar com o sangue de um novilho, como oferta pelo pecado para si mesmo, e depois o sangue de um bode como oferta pelo pecado, para fazer expiação no Santo Lugar por causa dos pecados do povo. Então ele tiraria sua roupa de linho, tomaria banho e vestiria suas roupas sacerdotais e amarraria uma faixa de linho em volta da cintura, além de colocar seu turbante de linho. Estas são as vestes sagradas do Sumo Sacerdote. Isso significa que havia um código de vestimenta especial. Ele teve que se purificar, ele teve que se banhar, e se você ler textos judaicos tradicionais, nos tempos talmúdicos do Templo havia ainda uma exigência adicional de que o Sumo Sacerdote fosse separado de sua esposa e família por sete dias inteiros antes de Yom Kipur. Isso era para mantê-lo longe de qualquer tipo de impureza possível. Ele estava em confinamento ou quarentena, por assim dizer, por uma semana inteira.
Então, na véspera de Yom Kippur, quando o dia hebraico começava, ele não tinha permissão para falar com ninguém. Os sacerdotes também se certificavam de que ele não adormecesse para que algo não o tornasse impuro para o serviço. Os sacerdotes o cercavam, lendo as escrituras, estalando os dedos para mantê-lo acordado, mas sem tocá-lo para não contaminá-lo para o serviço no dia seguinte. Então, havia todo um procedimento que assegurava que o Sumo Sacerdote estivesse em uma condição pura e santa para cumprir seus deveres especiais no Yom Kippur.
O que vem a seguir também é muito significativo para o Dia da Expiação. Não se tratava tanto de uma ampla expiação pelo povo, mas tinha a ver com a purificação do sacerdócio. Os sacrifícios não eram apenas para o Sumo Sacerdote e sua família imediata, mas para toda a casa de Arão, para todos os levitas e todos os que estavam ministrando no Templo. Assim, já podemos ver a fraqueza da primeira aliança com Moisés, que havia algo não perfeito porque os sacerdotes oficiantes não eram perfeitos. Eles precisavam trazer um sacrifício para si mesmos. Na verdade, há um grande número de passagens que falam sobre os pecados levados pelos sacerdotes ao Santo Lugar. Uma dessas passagens é Êxodo 28:36, falando do sinete de ouro no turbante do Sumo Sacerdote, que era necessário porque o sacerdote poderia estar realizando seus deveres com uma motivação errada, por exemplo.
Agora, alguns podem dizer que isso indica a fraqueza da antiga aliança, mas vamos a Filipenses 1:15-17. Aqui, Paulo diz que entre aqueles que estão servindo, mesmo sob a Nova Aliança, alguns estão pregando a Cristo por inveja e rivalidade, alguns por boa vontade e “por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias.”. Aqui, Paulo diz que pode haver pessoas que carregam as coisas sagradas do Reino de Deus e o altar do serviço, na própria presença de Deus e a serviço do povo de Deus, mas com ambição egoísta. Paulo repete isso em Filipenses 2:3, dizendo que não devemos “fazer nada por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerar os outros mais importantes do que vocês mesmos”. No versículo 2:21, ele adverte sobre aqueles que “buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus.”.
Então, vemos que até mesmo na Igreja hoje, pode haver impureza no santuário, pode haver motivações erradas sobre por que as pessoas querem servir ao Senhor. Não há espaço para apontar o dedo para mais ninguém. Em vez disso, acredito que este é um momento para todos nós entrarmos em introspecção e nos perguntarmos: qual é a verdadeira motivação pela qual estou servindo ao Senhor? Eu pergunto o que ganharei com isso? Ou servimos ao Senhor por pura dedicação e vontade de servi-Lo? Este é o tema principal do capítulo 16 de Levítico, que lida, em grande parte, com os pecados do sacerdócio. Aqueles que ministram diante do Senhor são altamente considerados. Mesmo que venhamos com uma bela aparência externa, com belas roupas, ainda pode haver pecado envolvido na maneira como nos aproximamos de Sua presença. E Deus diz que antes que você possa realmente expiar o pecado de toda a nação, primeiro você precisa expiar a si mesmo.
Também vemos isso no Livro de Hebreus, capítulo 5. Aqui, o Novo Testamento reconhece que o sacerdócio Aarônico foi cercado pelas mesmas fraquezas que todos os outros. A palavra de Deus deixa muito claro que, mesmo os ministros mais santos do Reino de Deus, que servem aos propósitos de Deus, também estão cercados de fraquezas e pecados, e eles precisam fazer expiação por seus próprios pecados. No capítulo 7 de Hebreus, o escritor destaca esse ponto novamente, ao proclamar que Jesus, nosso Sumo Sacerdote, era totalmente inocente, imaculado, separado dos pecadores, exaltado acima dos céus, e não há necessidade dEle, ao contrário dos sumos sacerdotes Aarônicos, oferecer sacrifícios por Seus pecados.
Agora, se você é judeu e está ouvindo isso, você pode dizer: “Bem, esta é a teologia do Novo Testamento ou apenas os pensamentos de algum cristão”. Mas o Livro de Hebreus diz que até os próprios profetas do Antigo Testamento encontraram falhas na aliança mosaica. Lemos isso em Hebreus 8:8, citando Jeremias 31:31 em diante, onde o Senhor fala da necessidade de estabelecer uma nova aliança com a Casa de Israel, onde os pecados dos sacerdotes e do povo não são apenas ignorados de ano em ano, mas perdoados e esquecidos para sempre. Esta seria uma aliança na qual o Senhor escreveria Suas leis em seus corações.
Isso significa que a Bíblia hebraica já reconhecia na antiga aliança um sistema imperfeito, mesmo no dia mais santo, quando a nação estava diante de Deus e precisava de expiação. O próprio sacerdócio de Israel precisava, antes de tudo, ter expiação por suas próprias vidas, por seu próprio sacerdócio. E não há razão para apontar o dedo, como vimos em Filipenses, que isso é exatamente o mesmo também nas igrejas e no Reino de Deus. Precisamos olhar para nós mesmos, qual é a nossa motivação para servir ao Senhor? E talvez tenhamos que vir sempre ao Senhor e dizer: “Perdoe-nos, porque precisamos de um novo começo na maneira como realizamos nosso serviço diante do Rei dos reis”, especialmente quando nos comparamos com Jesus.
Também temos em Filipenses 2:5 um chamado para termos em nós mesmos o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, o qual, embora sendo em forma de Deus, não teve por apego o ser igual a Deus. Mas Ele se esvaziou assumindo a forma de servo, nascendo à semelhança do homem. E sendo encontrado em forma humana, humilhou-Se e tornou-se obediente, até à morte, sim, até à morte de cruz. Isso significa que, quando Jesus andou aqui nesta terra, não havia ambição egoísta nEle. Tudo o que Ele fez foi por amor a você e a mim.
De fato, a Bíblia diz que Ele era o inocente Cordeiro de Deus. Ele era o sumo sacerdote inocente, sem culpa, que estava servindo a toda a humanidade. E Ele não estava apenas abandonando a glória que tinha com o Pai, mostrando Seu incrível altruísmo. Mas lemos no Evangelho de João capítulo 13, que mesmo naquela noite quando Ele sabia que tudo Lhe fora entregue pelo Pai, Ele não se gloriava em Sua posição como o Único Filho de Deus.
A Bíblia diz que Ele pegou o seu pano de servo, e o enrolou em volta de si, e foi andando até os discípulos, e lavou os pés de cada discípulo, um por um.
Então, Jesus é nosso grande Sumo Sacerdote, que não precisa expiar por si mesmo, mas que estava andando nessa vida inocente e altruísta aqui na Terra, e até mesmo estava pronto para nos servir até a morte cruel na cruz.
Agora, considere novamente comigo todo este procedimento sobre o Sumo Sacerdote impor as mãos sobre o bode expiatório e confessar todos os pecados do povo, para que ele possa levar esses pecados para o deserto e esta figura demoníaca Azazel. Esta parte muito importante do Dia da Expiação indica no texto original hebraico, em Levítico 16:20, que esta figura tinha o direito ou reivindicação ao bode expiatório, porque este bode estava levando a culpa, por assim dizer, por todos os pecados que foram cometidos. Paulo diz que o salário do pecado é a morte, e por causa de nossos próprios pecados, Satanás tem um direito legítimo sobre nós. Mas ele não tinha direito a Jesus, como ele mesmo disse em João 14:13. Jesus era o puro e perfeito Cordeiro de Deus, sem pecado. E mesmo que os pecados do mundo inteiro estivessem repousando sobre Yeshua, naquele dia em que Ele os carregou na cruz, eles realmente não se prenderam a Ele porque não havia nada para se prender. Ele era um ser puro e santo.
De acordo com Levítico 16:21, esse bode expiatório era conduzido pelo homem à disposição a uma área remota no deserto, sobre o Monte das Oliveiras, a leste de Jerusalém. Se você olhar para esta área até hoje, você instantaneamente vai de uma área verde em direção ao deserto seco e estéril. E esse era exatamente o lugar onde a lei de Moisés os instruiu a levar o bode expiatório.
Há um grande número de passagens na Bíblia que falam sobre a terra desolada como um lugar de devastação, impróprio para o homem. A penalidade do pecado é a morte e condenação eterna ou separação de Deus. E o Dia da Expiação nos mostra esta bela maneira de como podemos escapar da condenação, quando percebemos que o Cordeiro de Deus já levou nossos pecados.
Também quero destacar algumas palavras hebraicas muito interessantes que você encontrará aqui nesta pequena passagem sobre o bode expiatório. A primeira palavra está em Levítico 16:22, que o bode expiatório “levará sobre si todas as iniquidades”. Esta mesma palavra aparece novamente, na passagem muito conhecida de Isaías capítulo 53 – a passagem do servo sofredor. Esta passagem diz: “Certamente, Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si; e nós O reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades”. (Isaías 53:4-5a) É o mesmo conceito de Levítico 16. No Calvário, Jesus estava levando as consequências do pecado, assim como este bode expiatório no deserto. E o mesmo verbo aparece novamente, em Isaías 53:12 quando diz: “levou sobre Si os pecados de muitos”. Isso era o centro do Dia da Expiação, que as pessoas pudessem se acertar com Deus porque o bode expiatório estava carregando seus pecados sobre seus ombros.
Há outra palavra hebraica muito interessante que precisa ser mencionada, que o bode expiatório levará todas as iniquidades “a um deserto”. Mais uma vez, surpreendentemente aparece também em Isaías capítulo 53. O bode expiatório deve ser levado para um remoto ou realmente uma “área isolada”, um lugar isolado da humanidade. Isso significa que o destino daquele bode expiatório era ser separado das bênçãos de Deus, ser cortado da terra dos viventes e do povo de Deus, com uma sentença e a culpa do povo sobre ele. É um destino muito trágico. Isaías 53:8 diz que o servo sofredor seria “cortado da terra dos viventes”. É exatamente a mesma palavra usada para o bode expiatório enviado ao deserto. Então, vemos aqui que Jesus não era apenas o Cordeiro de Deus, que é o nosso cordeiro pascal, mas aqui Ele é o bode sendo enviado naquele grande dia de expiação pela nação.
Há mais um ponto que eu gostaria de fazer sobre o Sumo Sacerdote em Yom Kippur. Quando o homem disposto voltava do deserto e relatava que o fio escarlate havia se tornado branco, significando que Deus havia aceitado seu sacrifício expiatório, o Sumo Sacerdote então deveria tirar sua roupa simples de linho, lavar seu corpo e depois vestir as vestes reais do Sumo Sacerdote para sua segunda aparição no Santo dos Santos. Ele estava esperando as boas novas do deserto. E quando este mensageiro chegava, uma grande onda de alívio e alegria tomava conta de todas as pessoas. Mas, em segundo lugar, isso significava que era hora de uma ação adicional do Sumo Sacerdote no Santo dos Santos, desta vez não em roupas comuns como o resto do povo, mas em suas vestes reais. O Talmude diz que isso envolvia um grande número de sacrifícios, principalmente de incenso, que preenchiam o lugar da presença de Deus.
Agora, volte comigo para Hebreus capítulo 8, onde diz que quando Jesus trouxe Seu sacrifício, Ele não apenas venceu a morte, mas foi direto ao Pai. Ele realmente entrou por três dias no próprio reino de Satanás e provou a morte por todos (Hebreus 2:9). E depois de três dias, Ele ressuscitou e apareceu novamente ao povo. Então, Ele subiu ao Pai, e sentou-Se à destra de Deus. E o que tem acontecido desde então nos lugares celestiais? O livro de Apocalipse 1:13 nos diz que Ele colocou de volta Suas vestes reais, como o Sumo Sacerdote colocaria suas vestes sacerdotais. Hoje vemos Jesus sentado à destra do Pai em toda a Sua glória e em toda a Sua majestade na sala do trono de Deus (Romanos 8:24). E a cena é muito parecida com a daquele Sumo Sacerdote no Templo, trazendo ofertas de incenso ao Senhor. De fato, vemos Jesus sentado à destra do Pai intercedendo por você e por mim. Esse é o ministério de Jesus, nosso sumo sacerdote sem pecado, que entrou na presença de Deus e nos deu acesso ao trono da graça também.
Hebreus 9:25-28 diz que Cristo veio uma vez para sofrer e levar os pecados de muitos, mas aparecerá uma segunda vez, não para lidar com o pecado, mas para salvar aqueles que O esperam. Ele entrou na presença de Deus uma vez para expiação dos pecados e saiu proclamando o perdão em Seu nome. E Ele sairá uma segunda vez, não para lidar com o pecado, mas como nosso Redentor e grandemente esperado Rei dos reis e Senhor dos senhores, para reinar para todo o sempre. Ele colocará Seus pés no Monte das Oliveiras, e nós O veremos e entraremos nesta incrível salvação em nossos novos corpos eternos – lavados pelo sangue de Yeshua. Amém!
Para todo o ensinamento sobre “O Significado de Yom Kippur” pelo Presidente da ICEJ Dr. Jürgen Bühler, certifique-se de assistir ao Webinar Semanal da ICEJ de quinta-feira, de 15 de setembro de 2022 abaixo.