Por Nicole Yoder, Vice-Presidente para Assistência Social & Aliá
Traduzido por Julia La Ferrera 

Nove meses depois, muitos israelenses nas comunidades fronteiriças de Gaza invadidas por terroristas do Hamas no passado dia 7 de Outubro ainda não sabem o que os atingiu. A vida tem sido uma grande neblina desde então.

Para os israelenses em geral, muitas das suas crenças fundamentais foram destruídas. Israel é suposto ser um porto seguro para os judeus do mundo, onde não há pogroms. Se os israelenses tiverem problemas, o IDF virá resgatá-los, como em Entebbe.

Tudo isso mudou em Outubro passado e os israelenses vêem sinais preocupantes de mais problemas e incerteza no futuro. O Hamas está maltratado, mas ainda resiste em Gaza. Muitos reféns permanecem em cativeiro. A fronteira norte ainda pode explodir. O antissemitismo é galopante em todo o mundo. Poucos no mundo realmente se preocupam com o estado e o povo judeu.

Felizmente, existem milhões de cristãos que cuidam de Israel, e muitos têm expressado o seu amor e apoio através da Embaixada Cristã Internacional em Jerusalém. A nossa equipe de Assistência Social tem passado muito tempo ouvindo os líderes e residentes das comunidades fronteiriças de Gaza para avaliar onde se encontram e como podemos ajudá-los no seu longo caminho para a recuperação.

Por exemplo, acabamos de ter uma reunião com Yossi Keren, chefe do Conselho Regional de Sha’ar HaNegev, que serviu no governo do anterior presidente da Câmara e do nosso amigo Ofir Libstein – a primeira vítima mencionada desta guerra. Yossi explicou como o governo criou um orçamento especial para ajudar as comunidades fronteiriças de Gaza a reconstruírem o que tinham antes de 7 de Outubro, mas acrescentou: “Queremos reconstruir melhor. Devemos aos nossos filhos planear e desenvolver o seu futuro, e não apenas reconstruir o que perdemos.”

Ao lado, na região de Sadot Negev, o chefe de segurança Rafi Babian também tem as crianças em mente. “Nossas vidas retornarão quando nossos filhos puderem retornar em segurança”, disse-nos ele. Rafi observou que a maioria das comunidades distantes da fronteira de Gaza estão lentamente regressando à normalidade, mas dezenas de famílias da sua vila natal, o Kibutz Alumim, duramente atingida, não querem regressar durante pelo menos mais um ano. Os residentes conseguiram matar 38 terroristas em combates ao longo da cerca do seu perímetro, mas perderam 23 trabalhadores estrangeiros, e as enormes tensões por terem sido completamente cercados naquele dia ainda persistem.

Mais a sul, o Conselho Regional de Eshkol foi o que mais sofreu durante os massacres de 7 de Outubro e é o que mais luta para conseguir o regresso das famílias. Entre as suas 33 comunidades, que incluem as aldeias devastadas de Be’eri e Nir Oz, a região de Eshkol teve 219 residentes assassinados e 121 feitos reféns, sendo que 54 ainda estão detidos em Gaza. De certa forma, o 7 de Outubro ainda não acabou para muitas destas famílias.

Para o futuro, os nossos amigos na fronteira com Gaza pedem a nossa ajuda em certas áreas-chave à medida que se recuperam e reconstruem. Isso inclui:

Educação: Atualmente, não há pessoal suficiente, não há barreiras de segurança à volta das escolas, as salas de aula estão lotadas e muitas crianças e funcionários continuam traumatizados. Fomos solicitados a ajudar a patrocinar atividades educacionais informais para crianças. Isso ajuda a dar descanso aos pais e a liberá-los para encontrar trabalho e pensar no futuro.

Emprego: Muitas empresas locais faliram, as famílias evacuadas poderão em breve começar a perder os seus benefícios e muitas vivem demasiado longe para conseguirem alcançar os seus antigos empregos. Eles precisam de ajuda para voltar ao trabalho e reiniciar seus negócios.

Cuidados de trauma: Só a região de Eshkol registou um aumento de dez vezes no número de pacientes que necessitam de cuidados pós-trauma, de 300 pessoas por mês antes da invasão do Hamas para 3.600 pacientes por mês hoje. São necessários muito mais profissionais treinados, já que os assistentes sociais locais estão brigando por cada terapeuta.

Primeiros Socorros: Cada comunidade está atualizando urgentemente suas equipes de socorristas. Eles estão mudando a forma como operam, duplicando as patrulhas e buscando equipamentos mais novos.

Reconstrução: O governo criou o fundo especial “Tekuma” para reconstruir as comunidades vítimas de violência, mas há atrasos e burocracia a superar. No momento, estes planos permanecem apenas no papel, com muita discussão, mas sem movimento. As comunidades estão pedindo ajuda para começarem por conta própria.

Equipamento agrícola: Sim, pedem que ajudemos com tratores agrícolas e ferramentas para substituir aquilo que o Hamas queimou e destruiu.

Por favor, faça parceria com a ICEJ enquanto continuamos a ajudar as comunidades israelenses perto de Gaza a superar a imensa tragédia de 7 de Outubro e a reconstruir as suas vidas.

Doe hoje em: give.icej.org/crise