Por Howard Flower, Diretor de Aliá da ICEJ
Traduzido por Julia La Ferrera

O antissemitismo global aumentou significativamente desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de Outubro. Como resultado, algumas organizações não governamentais estão utilizando ferramentas de IA para monitorar o aumento de incidentes antissemitas. Ao mesmo tempo, a CNN informou que grupos de ódio também estão aproveitando a IA para propagar a sua mensagem, produzindo imagens e áudio que podem espalhar na Internet.

Com a enorme onda de antissemitismo que inunda o mundo, a Agência Judaica para Israel abordou a ICEJ para ajudar no patrocínio de voos para imigrantes judeus vindos dos EUA, França, África do Sul e América Latina.

Nosso primeiro voo patrocinado pela ICEJ foi em maio de 1990, saindo de Budapeste. Desde então, a ICEJ patrocinou mais de 25.000 voos, incluindo voos completamente fretados, grandes grupos em voos de companhias aéreas regulares e até mesmo famílias individuais e Olim solteiros, a maioria com bagagem extra e transferências de aeroporto, bem como acomodações ao longo do caminho, conforme necessário. Incluindo estes voos reais, a ICEJ ajudou um total de mais de 185.000 judeus a fazerem Aliá para Israel, incluindo transporte para aeroportos e outras despesas pré-voo, além de necessidades de absorção imediata.

De acordo com Israel Hayom: “Desde o início da guerra até a primeira semana de janeiro, um total de 4.783 novos imigrantes fizeram Aliá para Israel, a maioria deles da Rússia, dos EUA, da Ucrânia e da França”. Recentemente, os maiores números de novos pedidos de Aliá estão sendo recebidos da América do Norte e da França.

A Anti-Defamation League (ADL – Liga Anti-Difamação), que rastreia o antissemitismo, relatou 3.283 incidentes antissemitas entre 7 de outubro e 7 de janeiro, apenas nos EUA. Estes incidentes incluíram 60 agressões físicas, 553 casos de vandalismo e um número substancial de casos de assédio verbal ou escrito. São mais de 1.000 casos registrados por mês. Esses incidentes foram diversos e generalizados, afetando vários ambientes. Os campi universitários sofreram 505 incidentes e houve 246 incidentes em escolas de ensino fundamental e médio. Instituições judaicas como sinagogas e centros comunitários também relataram numerosos casos. Eventos específicos incluíram ameaças on-line, vandalismo com pichações anti-Israel e pró-Palestina e calúnias antissemitas em eventos públicos.

Estes incidentes levantaram sérias preocupações sobre a segurança e o bem-estar da comunidade judaica nos Estados Unidos. A ADL enfatizou o nível de ameaça sem precedentes que a comunidade judaica americana enfrenta e destacou a necessidade de vigilância e resposta a estes atos de ódio.

Conforme relatado por Israel Hayom, de acordo com a Nefesh B’Nefesh, que opera na América do Norte, desde o início da guerra, cerca de 4.200 arquivos de Aliá foram abertos com eles. Isto representa um aumento de 120% em comparação com o mesmo período do ano anterior (Outubro ao início de Janeiro) e, no total, desde o início da guerra, cerca de 7.000 novos arquivos de Aliá foram abertos em todo o mundo.

Enquanto isso, na França, mais de 1.800 incidentes antissemitas foram relatados em 2023, e na quinta-feira, Israel Hayom publicou que, desde 7 de outubro, houve um aumento de 1.000% no número de incidentes antissemitas lá, o que, segundo o Ministério da Aliá e Integração levou a um aumento de 400% no número de candidatos à Aliá provenientes de França. O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, relatou mais de 1.500 atos antissemitas no país após o ataque do Hamas em Israel, de 7 de outubro a 7 de janeiro. Este aumento no comportamento antissemita levou a numerosas detenções, com 486 indivíduos, incluindo 102 estrangeiros, detidos por crimes relacionados.

Na África do Sul, os incidentes antissemitas também mostraram um aumento significativo desde o ataque liderado pelo Hamas a Israel em 7 de Outubro de 2023. De acordo com o Conselho de Deputados Judaicos da África do Sul (SAJBD), 180 incidentes antissemitas foram registados no país desde o início de 2023 até a data do relatório, com 110 deles ocorrendo após 7 de outubro. Isto marcou um aumento considerável em comparação com o ano anterior.

Estes incidentes não só têm sido uma fonte de preocupação para a comunidade judaica na África do Sul, mas também estão ligados ao contexto político e social mais amplo do país. A posição do governo sul-africano em relação a Israel e as suas relações com grupos palestinos têm sido objeto de debate, com implicações para a comunidade judaica.

Além disso, as interações e declarações do governo sul-africano relativamente ao conflito israelo-palestino foram examinadas por potencialmente contribuírem para o aumento de sentimentos antissemitas. O atraso do governo na condenação dos ataques de 7 de Outubro perpetrados pelo Hamas e as suas interações com grupos como o Hamas e a Fatah suscitaram preocupações sobre o impacto na retórica e no comportamento antissemita no país.

O golpe legal do governo ANC da África do Sul para arrastar Israel para o Tribunal Internacional de Justiça sob a acusação de genocídio é tão distorcido e odioso, e a Embaixada Cristã Internacional em Jerusalém expressa a sua total consternação com a decisão do Tribunal Internacional de Justiça em Haia na sexta-feira (26/01/24) sobre a aplicação da África do Sul ao abrigo do Tratado de Genocídio contra Israel.
O mundo ficou chocado e repelido pelas atrocidades cometidas pelo Hamas contra israelenses inocentes no passado dia 7 de Outubro, e a decisão de hoje do Tribunal Internacional de Justiça apenas agrava o choque e a dor daquele dia sombrio. O fato de a grande maioria dos juízes do Tribunal se sentarem calmamente na leitura dos seus vereditos na véspera do dia 27 de Janeiro, marcado pela comunidade internacional como o Dia Internacional em Memória do Holocausto, apenas aprofunda a nossa desilusão com a traição do mundo ao Estado e povo judeu. Esta decisão inverte a justiça e baseia-se em décadas em que as Nações Unidas e todos os seus fóruns se tornaram os mais astutos fornecedores de antissemitismo do mundo. Estas instituições globais foram fundadas com intenções honrosas, inclusive para evitar uma repetição do genocídio nazista contra os judeus, mas estes mesmos fóruns estão agora colocando Israel em grave perigo ao dar crédito a estas alegações ultrajantes de que está cometendo genocídio em Gaza.

“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade”, advertiu o profeta hebreu Isaías (5:20). Israel defende, com justiça, os seus cidadãos de massacres, violações, mutilações e tortura, mas é agora repreendido pelo Tribunal Mundial, mesmo quando o Hamas e outras milícias palestinas armadas são completamente ignorados. No entanto, confiamos no Senhor Deus para cuidar e proteger Israel como Ele prometeu (Salmos 121:4; Jeremias 31:10).

A urgência de ajudar a Aliá judaica a Israel é evidente. A ICEJ está preparada para apoiar um tsunami de imigrantes judeus que estão prontos para imigrar para a sua terra natal, Israel, e escapar ao crescente antissemitismo global.

Por favor, juntem seus corações aos nossos no apoio a esta enorme necessidade de assistência da Aliá. Por favor, dê o seu melhor presente hoje em: give.icej.org/aliá