ICEJ Holanda condena veementemente o pogrom antissemita em Amsterdã
Data: 26.11.2024Por Marelinke van der Riet
Traduzido por Julia La Ferrera
No início de novembro, após a partida de futebol Ajax-Maccabi Tel Aviv em Amsterdã, um ataque antissemita chocante e violento aconteceu. Fãs israelenses foram caçados, assediados e alguns atacados violentamente. A gravidade do incidente rapidamente levou líderes israelenses e internacionais a rotulá-lo de “pogrom”, gerando comparações com os violentos ataques antijudaicos na Alemanha nazista em 1938. Para aprofundar ainda mais a tragédia, esse evento horrível ocorreu em 8 de novembro, apenas um dia antes do aniversário da Kristallnacht — a “Noite dos Vidros Quebrados” — quando quase 100 judeus foram mortos, 30.000 homens judeus foram presos e mais de 1.000 sinagogas foram incendiadas na Alemanha nazista.
Embora 86 anos tenham se passado desde então, os ecos daquele dia sombrio na história europeia são difíceis de ignorar, e é profundamente perturbador testemunhar. Ataques a indivíduos, casas, empresas e sinagogas judeus tornaram-se perturbadoramente comuns. Em Amsterdã, os judeus foram forçados a se esconder em hotéis, foram atropelados por carros e foram parados e solicitados a mostrar seus passaportes. Para qualquer pessoa com uma bússola moral, esses são claramente atos de ódio. No entanto, alguns se recusam a condenar tais ações horríveis. A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, até expressou arrependimento por usar a palavra “pogrom”, sugerindo que ela foi usada como propaganda para discriminar os muçulmanos holandeses.
À medida que o antissemitismo se torna cada vez mais normalizado e os crimes de ódio contra judeus na UE aumentam em mais de 400% desde outubro de 2023, uma coisa é clara: como cristãos, não podemos e não permaneceremos em silêncio.
Os líderes do escritório da ICEJ na Holanda condenaram veementemente esse vil ataque antissemita — que está longe de ser isolado — e pediram aos líderes do governo holandês que tomem medidas imediatas para conter a crescente onda de antissemitismo.
Jacob Keegstra, diretor da ICEJ Holanda, emitiu uma declaração expressando horror e vergonha sobre os eventos de 8 de novembro. Em apenas 10 dias, a declaração rapidamente reuniu mais de 14.000 assinaturas de cristãos em toda a Holanda em apoio à comunidade judaica. Sua declaração diz:
“É com horror e vergonha que vimos o que aconteceu ontem à noite em Amsterdã. Este pogrom antissemita é terrível, inaceitável, e nós o condenamos fortemente. É um dia muito triste para a Holanda. Que aqueles manifestantes tenham atacado, abusado e atirado pedras contra apoiadores israelenses de forma tão ativa e deliberada é incompreensível.
O primeiro-ministro Schoof ligou para o primeiro-ministro Netanyahu e disse: “Estes são ataques antissemitas inaceitáveis contra os israelenses”. Nosso rei Willem Alexander indicou ao presidente Herzog: “Nós decepcionamos os judeus holandeses na Segunda Guerra Mundial e agora os decepcionamos novamente”.
Como Embaixada Cristã Internacional em Jerusalém Holanda (ICEJ Holanda), queremos dizer: Senhor, perdoa-nos como nação por tratarmos os judeus na Holanda dessa maneira e aparentemente não conseguirmos protegê-los o suficiente.
Ao mesmo tempo, um paralelo pode ser traçado com o que está acontecendo em Israel. Aparentemente, a Holanda é incapaz de manter algumas centenas de manifestantes sob controle. Israel está sendo atacado em larga escala com armas e foguetes. Nossa oração é: Senhor, por favor, exponha o que realmente está acontecendo. É um problema muito maior. Infelizmente, o Irã e seus representantes querem desencadear uma intifada internacional e destruir Israel. É muito claro que vemos antissemitismo aqui. Infelizmente, o ódio aos judeus também está vivo e bem na Holanda.
Como ICEJ, apoiamos a comunidade judaica na Holanda e no mundo todo e apelamos ao nosso governo para lutar com todo o seu poder e força, para que tal pogrom antissemita nunca mais aconteça.”
Esta petição, juntamente com 14.000 assinaturas manuscritas, foi entregue aos líderes holandeses, incluindo o primeiro-ministro Dick Schoof e o presidente da Câmara dos Representantes, Martin Bosma, bem como o vice-embaixador de Israel Yaron Wax. O momento era crítico — pouco antes de um debate parlamentar sobre os mandados para Netanyahu e Gallant. Foi um momento que refletiu a história bíblica de Ester, onde coragem e ação foram necessárias para defender o povo judeu. Ester arriscou tudo ao levar sua petição ao rei, levando, em última análise, à salvação de sua comunidade.
De forma semelhante, os cristãos de hoje são chamados a agir, a defender Israel e a se manifestar contra o crescente antissemitismo. As palavras de Ester ainda ressoam: “Pois, se você ficar calada nesta hora, socorro e livramento surgirão de outra parte para os judeus, mas você e a família de seu pai morrerão. Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?” (Ester 4:14 / NVI).
Essas palavras servem como um poderoso lembrete de que o silêncio diante da injustiça não é uma opção. Nesse espírito, a declaração condenando os ataques em Amsterdã também foi compartilhada com o Rabino Chefe holandês Binyomin Jacobs, enfatizando ainda mais que os cristãos na Holanda se mantêm firmes em apoio ao povo judeu.
Além disso, em resposta aos ataques em Amsterdã, Israel tomou medidas rápidas para garantir a segurança de seus cidadãos, o que incluiu o envio de paramédicos da MDA (Magen David Adom), a organização de voos de evacuação de emergência e outras medidas urgentes. Esses esforços destacaram a vigilância e a resiliência necessárias à comunidade judaica, tanto em Israel quanto no exterior, reafirmando o compromisso inabalável de Israel em proteger os judeus em todos os lugares.
Este episódio também ressalta o papel vital da solidariedade cristã com Israel durante tais tempos de crise para o estado e o povo judeu. Os últimos relatórios indicam que os escritórios de outra organização cristã pró-Israel na Holanda acabaram de ser vandalizados por causa de seus esforços para também apoiar a nação judaica.
Em tais momentos, fica claro que os judeus estão longe de serem impotentes. Eles são fortes — não por escolha, mas por necessidade. E assim como Ester foi chamada “para um tempo como este”, nós também somos chamados a defender a justiça, a falar e a apoiar aqueles que enfrentam ódio e perseguição. Como Isaías 62:1 declara: “Por amor de Sião eu não sossegarei, por amor de Jerusalém não descansarei enquanto a sua justiça não resplandecer como a alvorada, e a sua salvação, como as chamas de uma tocha.” (NVI)
Os cristãos devem continuar a se manifestar, garantindo que esse ódio aos judeus nunca mais crie raízes.
Foto principal: diretor da ICEJ Holanda, Jacob Keegstra (à direita), com o rabino-chefe holandês Binyomin Jacobs (à esquerda).