ICEJ faz visita de solidariedade ao Kibutz Nir Oz
Data: 15.1.2024Por Laurina Driesse
Traduzido por Julia La Ferrera
Na semana passada, uma equipe da ICEJ juntou-se a um grupo de socorristas israelenses da ZAKA numa viagem de solidariedade ao Kibutz Nir Oz, uma das comunidades judaicas mais duramente atingidas ao longo da fronteira de Gaza no último dia 7 de Outubro.
Este outrora belo e pacífico kibutz, com uma população de 393 pessoas, está situado a apenas 1,6 km da fronteira de Gaza. Foi totalmente invadido e destruído naquele sombrio Shabat de 7 de Outubro, quando milhares de terroristas do Hamas invadiram a fronteira israelense para levar a cabo a sua violência assassina contra civis israelenses inocentes.
Enquanto a equipe da ICEJ caminhava pelo kibutz, ficou impressionada com a magnitude da devastação. Indo de casa em casa, seus corações foram tocados ao ver cartazes de membros do kibutz em cujas casas eles estavam entrando, mas que agora são mantidos como reféns pelo Hamas. Além dos mortos, quase um quarto dos residentes do kibutz foram sequestrados e levados para Gaza.
As casas queimadas testemunham uma comunidade que já foi viva, enquanto restos de vidas destroçadas estão espalhados por toda parte. É difícil imaginar que alguém pudesse sobreviver à devastação, mas sobreviveu.
Ron Bahat, um sobrevivente do ataque terrorista em Nir Oz, conversou com a equipe da ICEJ. De onde eles estavam no kibutz, ele aponta ao longe a área de onde veio a maioria dos terroristas. Uma simples estrada de terra no meio de um campo tornou-se o principal caminho para a destruição e o cativeiro.
Olhando ao redor do kibutz, Ron conta como passou a maior parte de sua vida morando em Nir Oz e como estava lá com sua família naquele dia fatal.
“Eles vieram para destruir e matar. Mataram e sequestraram cem pessoas desta bela comunidade”, contou.
Jonathan Bar, também sobrevivente daquele dia fatídico, mostra à nossa equipe onde ele e sua família moravam. Ele conta como os terroristas entraram em sua casa, roubando itens e tentando, sem sucesso, entrar no quarto seguro, onde estavam escondidos das 6h30 da manhã até as 4h30 da tarde. Sua casa não foi incendiada como muitas outras, mas foi destruída.
“Eles destruíram tudo… apenas para causar danos e diversão”, expressou Jonathan. “Eles levaram tudo que podiam. Até tiraram as nossas malas do barracão para embalar as nossas coisas e levar para Gaza.”
Embora já tenham se passado mais de três meses desde aquele Shabat sombrio, para muitos dos voluntários da ZAKA, o trauma daquele dia ainda está fresco em suas mentes. Yossi Landau, comandante da ZAKA na região sul, descreve à vice-presidente de Assistência Social & Aliá Nicole Yoder como eles coletaram corpos que foram queimados, sem perceber na época que eram dois corpos queimados juntos.
“Somente pela ressonância magnética vimos as duas espinhas”, explicou Yossi.
Ele continuou contando como sua equipe chegou a Sderot no dia 7 de outubro. A sua principal prioridade era salvar as pessoas feridas e sangrando, e trabalharam incansavelmente para transportá-las para um hospital de campanha próximo. Yossi relembra como em um veículo que verificaram, descobriram os corpos sem vida de uma mãe e um pai, mas de repente ouviram choro.
“O assento estava abaixado e uma menina de quatro anos estava escondida embaixo do assento. Quando ela nos ouviu, perguntou se éramos ‘amigáveis’”, lembra Yossi.
A menina pediu a Yossi que provasse que ele era amigável, e ele imediatamente soube o que dizer para ajudá-la a saber que eles eram amigos: “Shema Israel” (Ouve, ó Israel: O Senhor é nosso Deus, o Senhor é Um.) Este é um oração que todo judeu conhece e recita.
Os desafios que temos pela frente na reconstrução do Kibutz Nir Oz e de muitas outras aldeias agrícolas próximas destruídas naquele dia devastador são colossais.
“Agora a comunidade precisa de se reagrupar, chegar a um acordo sobre o futuro, construir a visão e fazer acontecer…” explicou Ron.
“Nossos corações estão tristes por tudo o que vimos e sabemos que essas queridas famílias vivenciaram e precisam de nossa ajuda”, relatou Nicole Yoder após a visita. “Queremos ajudá-los a olhar para o futuro. Queremos ajudá-los a reconstruir estas vidas… estas vidas muito, muito preciosas. E queremos dizer a todos os nossos amigos em todo o mundo: juntem-se a nós para ajudá-los a olhar para um futuro melhor. Para que eles tenham futuro esperançoso.”
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