Day of Pentecost
Por David Parsons, Vice-Presidente & Porta-Voz Sênior da ICEJ
Traduzido por Julia La Ferrera

Ao chegarmos na Festa bíblica de Shavuot, ou Festa das Semanas, há uma lição valiosa que ela pode nos ensinar sobre paciência nesta longa e difícil guerra em que Israel se encontra. A intensa batalha contra o Hamas em Gaza tem agora mais de oito meses de idade. Contamos os dias desde que o conflito eclodiu e mais de 250 israeleneses foram feitos reféns. Ansiamos que a guerra acabe e que Israel saia vitorioso. Oramos especialmente pelo regresso seguro de todos os reféns e estamos imensamente gratos pelo fato de quatro israelenses terem sido resgatados do cativeiro do Hamas nos últimos dias. Mas podemos ficar impacientes com o ritmo lento da guerra e com a forma como Deus não respondeu às nossas orações tão rapidamente como gostaríamos.

Shavuot at Mount Sinai

Shavuot celebra a entrega da Lei a Moisés no Sinai. Marca o momento em que as doze tribos de Israel se tornaram uma nação e aceitaram as obrigações dos mandamentos de Deus. Eles também entraram sob a chupá de casamento para jurar que abandonariam todos os outros deuses e adorariam somente ao Senhor Deus.

Shavuot está ligado às outras Festas da primavera: a Páscoa, a Festa dos Pães Ázimos e a Festa das Primícias pela contagem do Ômer. O Senhor instruiu Israel a marcar cinquenta dias (sete semanas mais um dia) desde a Páscoa até Shavuot, contando uma medida de ômer, ou grão, cada dia até que os cinquenta dias se completassem.

Para os cristãos, Shavuot também é conhecido como Pentecostes, que significa cinquenta e marca aquele dia incrível do primeiro século, quando a Igreja nasceu no fogo. O segundo capítulo de Atos nos diz: “Chegou a Festa de Shavu’ot, e os crentes estavam todos reunidos em um só lugar. Repentinamente, veio o céu um som como de um vento muito forte e encheu toda a casa na qual estavam sentados. A seguir, viram o que parecia ser línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Ruach HaKodesh e começaram a falar línguas diferentes, conforme o Espírito os capacitava a falar.” (Atos 2:1-4)

Jesus disse aos Seus seguidores para permanecerem em Jerusalém até que esta capacitação divina viesse sobre eles (Lucas 24:49). E, de fato, o Espírito de Deus desceu sobre os 120 discípulos na hora certa! A contagem do ômer foi concluída e chegou o momento em que o Espírito Santo desceu e habitou naqueles que creram em Jesus.

Agora sabemos que Deus está fora do tempo e das limitações deste mundo. No entanto, isso muitas vezes nos faz pensar que Ele não tem uma ideia real ou noção do tempo como o conhecemos. Contudo, a história de Pentecostes nos permite saber que Ele tem um perfeito senso de oportunidade. Shavuot é um moed, um momento determinado no calendário de Deus, uma das três grandes festas de peregrinação em que os homens israelitas tinham de se apresentar diante do Senhor em Jerusalém. Era como uma consulta com um médico ou dentista, um horário fixo na agenda. E Deus sempre foi fiel em aparecer se eles o fizessem. Assim, os seguidores de Jesus cumpriram o compromisso, esperando em Jerusalém e reunindo-se em oração e unidade, e o Senhor honrou a sua fidelidade.

Isso nos diz que Deus sabe contar os dias. Ele está sempre na hora certa para completar Seus propósitos e planos. E só precisamos ser pacientes com Ele enquanto Ele faz as coisas à Sua maneira.

O Apóstolo Paulo escreveu que “quando o tempo determinado chegou, Deus enviou Seu Filho. Ele nasceu de uma mulher…” (Gálatas 4:4); uma passagem semelhante pode ser encontrada em Efésios 1:10.

Quando Deus Se revelou a Moisés no Sinai, Ele descreveu Sua natureza e caráter como sendo “misericordioso e compassivo, lento para irar-se, rico em graça e verdade…” (Êxodo 34:5-6)

Aqui aprendemos que Deus é longânimo. Ele não simplesmente perde o controle com nossos pecados. Em outros lugares, somos informados de que Ele é “vagaroso para se irar” (Joel 2:13; Naum 1:2). Todos nós precisamos agradecer a Deus por isso, pois cada um de nós já teria morrido há muito tempo se Deus fosse tão rápido em julgar.

Frequentemente, a Bíblia fala de Deus esperando que o pecado amadureça para Seu justo julgamento. O Senhor disse a Abraão que os filhos de Israel sofreriam na escravidão no Egito até que a iniquidade dos amorreus fosse completada (Gênesis 15:16). Alguns estudiosos relacionam isso à sua eventual prática de sacrifício de crianças ao deus Moloque. Daniel 8:23 fala de um tempo semelhante “quando os ímpios tiverem realizado todo o mal possível…”

Por outro lado, Deus muitas vezes espera pacientemente que um povo ou nação se arrependa e se torne parte da família dos redimidos. Paulo alude a isso em Romanos 11, referindo-se tanto à plenitude de judeus redimidos (versículo 12) quanto à plenitude de gentios redimidos (versículo 25). Graças a Deus que Ele esperou o suficiente para que você e eu fôssemos salvos.

Você pode perguntar quanto tempo temos para ser pacientes com Deus. Tiago disse: “Portanto, irmãos, sejam pacientes até o retorno do Senhor.” (Tiago 5:7).

Crédito da foto: torah.org, christian.net