Ethiopian Aliyah - family embracing at the airport
Por Howard Flower, Diretor de Aliá da ICEJ
Traduzido por Julia La Ferrera

Este ano, cerca de 1.500 judeus etíopes devem imigrar para Israel, muitos com a ajuda da Embaixada Cristã Internacional em Jerusalém (ICEJ). Nosso próximo voo patrocinado de judeus etíopes está programado para 30 de março, e estaremos lá para recebê-los na Terra Prometida em seu nome.

Esses novos imigrantes etíopes se reunirão com familiares que não viam há muito tempo, alguns há mais de duas décadas. “Infelizmente, em muitos casos, irmãos, irmãs, até pais e filhos estão separados há anos”, explicou recentemente Danielle Mor, da Agência Judaica.

Por mais de dois milênios, os judeus etíopes, conhecidos como Beta Israel, enfrentaram imensos desafios, incluindo perseguição religiosa, discriminação, opressão e violência. Apesar dessas dificuldades, eles mantiveram sua identidade e comunidade judaica.

Segundo a tradição etíope, o filho da Rainha de Sabá, Menelik, nasceu na Etiópia. Mais tarde, ele visitou seu pai, o rei Salomão, em Jerusalém, que lhe disse para espalhar a fé judaica em Deus para os etíopes. O rei Salomão deu a Menelik um rolo da Torá para ensinar o povo etíope sobre o judaísmo bíblico.

Por volta de 500 a.C., um grupo de antigos israelitas também migrou para a Etiópia para escapar da perseguição religiosa. Ao longo dos séculos, eles se tornaram conhecidos como os Beta Israel. Eles desenvolveram uma cultura única influenciada pelo judaísmo e pelas tradições etíopes isoladas de outros grupos judaicos. Apesar das imensas dificuldades, eles permaneceram dedicados à sua fé e comunidade.

Em 1973, o rabino Ovadia Yosef, o principal rabino sefardita de Israel, determinou que a comunidade judaica etíope era Bnei Israel ou “Filhos de Israel”, de acordo com a lei judaica. Isso permitiu que eles imigrassem para Israel em grande número.

Os Beta Israel pratica sua própria forma de judaísmo, distinta da corrente principal judaica. Eles seguem as leis da Torá, mas não do Talmude. Suas práticas religiosas misturam tradições judaicas e etíopes de uma forma única após séculos de relativo isolamento.

Durante grande parte de sua história, os Beta Israel enfrentaram discriminação, opressão e violência sob vários governantes e governos. Sob o ditador da Etiópia, Mengistu Haile Mariam, eles sofreram perseguição, repressão e violações dos direitos humanos. Muitos foram forçados a fugir de suas casas e buscar refúgio em países vizinhos.

Na década de 1980, Israel lançou a Operation Moses (Operação Moisés) para ajudar os judeus etíopes a escapar da perseguição e emigrar para Israel. Milhares de Beta Israel embarcaram na perigosa jornada a pé, embora muitos tragicamente não tenham sobrevivido. Aqueles que chegaram a Israel enfrentaram desafios significativos para se ajustar a uma nova cultura, idioma e modo de vida após séculos de relativo isolamento na Etiópia.

Outros milhares vieram durante a ponte aérea de emergência Operation Solomon (Operação Salomão) em 1991 e, apesar das dificuldades, os Beta Israel prosperaram em Israel. Eles se destacaram em áreas como da medicina, da ciência e área militar, preservando sua herança cultural. No entanto, nem todos os Beta Israel foram capazes de emigrar para Israel durante esses transportes aéreos em massa da Aliá, e muitos permaneceram na Etiópia esperando por sua chance de finalmente chegar à Terra da Promessa.

A situação se complicou ainda mais com o surgimento dos Falash Mura, etíopes que reivindicam ascendência judaica, mas não foram reconhecidos como judeus por Israel devido a conversões forçadas ao cristianismo várias gerações atrás. Em 2003, Israel concordou em permitir a imigração dos Falash Mura sob certas condições.

Israel reconhece oficialmente os Beta Israel como um grupo étnico judeu distinto. Apoia esforços para preservar suas tradições e identidade. Organizações em todo o mundo também promovem a conscientização sobre a rica história, fé e perseverança dos Beta Israel. A notável história dos Beta Israel deve ser celebrada como uma fonte de inspiração, lembrando-nos do poder da identidade, fé e comunidade.

A comunidade judaica etíope em Israel agora conta com cerca de 150.000 pessoas, e muitos estão ansiosos para trazer para casa seus parentes próximos deixados para trás porque são Falash Mura. Felizmente, o último remanescente deste orgulhoso povo antigo está agora vindo para Israel sob as provisões humanitárias da Lei de Entrada.

“A comunidade judaica etíope é considerada um dos mais antigos exilados do povo judeu”, explicou Danielle Mor da JAFI. “Na verdade, acredita-se que eles sejam da tribo de Dan, exilados pelos babilônios. Eles seguiram o Nilo Azul para o sul, longe do Egito e do Iêmen, eventualmente se estabelecendo na Etiópia. Fortemente perseguidos ali durante séculos, viveram em regiões montanhosas muito rurais. Eles mantiveram fortemente sua fé judaica de uma maneira muito bíblica, isolados do resto do mundo judaico. Então, eles seguiram tradições bíblicas mais antigas, não as tradições dos últimos 2.500 anos”.

“Ao longo dos anos desde que Israel foi estabelecido, uma conexão se formou”, continuou Mor. “Eles perceberam que poderiam voltar para Jerusalém, que sempre foi o sonho deles.”

Nicole Yoder meeting Ethiopian Jews at Ben Gurion Airport

“A Aliá da Etiópia começa com os preparativos pré-voo, e os voos são seguidos por um longo processo de integração em Israel”, acrescentou. “A chegada à Terra Prometida exige muito mais do que apenas aterrissar no Aeroporto Ben Gurion! A jornada inclui se estabelecer aqui. Isso leva um pouco mais de tempo e requer aprender hebraico, estudar e encontrar um emprego que o ajude a criar raízes na Terra.”

Ajude-nos a tornar os sonhos realidade para os judeus etíopes restantes esperando para fazer Aliá! Você pode fazer parte de trazê-los para casa e plantá-los na Terra de Israel. O próximo voo é daqui a apenas algumas semanas! Faça seu melhor presente hoje para apoiar os esforços de Aliá da ICEJ.
Doe em:  give.icej.org/Aliyah